segunda-feira, 30 de abril de 2012

Novas da Guiné no twitter “Vê, divulga e participa”

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Ultima Hora = Países da África Ocidental aprovam sanções contra militares revoltosos na Guiné-Bissau

A Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu hoje impor sanções contra os militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau, considerando que o comando Militar "não deseja negociar", segundo um comunicado da organização divulgado em Banjul.

"Depois de doze horas de negociações" entre os países membros do grupo de contacto da CEDEAO e "uma só pessoa, o general António Indjai, chefe de Estado maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau e chefe do comando militar, tornou-se evidente que não deseja negociar e prefere claramente enfrentar as consequências", refere o texto do comunicado citado pela agência AFP.

Jornal de Angola' diz que golpe de Estado em Bissau "está a chegar ao fim"

 

O 'Jornal de Angola', órgão estatal angolano e único diário do país, destaca este domingo em editorial que o golpe de estado "fracassado" do passado dia 12 na Guiné-Bissau "está a chegar ao fim".

 

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Bissau sob ultimato da CEDEAO

"Estamos aqui para dizer-vos que em último recurso, ou vocês escolhem uma solução pacífica com a Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO), ou tomaremos medidas para pôr fim ao que se passa em Bissau", disse hoje o presidente gambiano.

O conjunto dos protagonistas da crise na Guiné-Bissau reuniram-se hoje em Banjul, capital da Gâmbia, num encontro presidido pelo presidente gambiano, Yahya Jammeh, para tentar encontrar uma solução que garanta o regresso dos civis ao poder.


"Não temos nada contra o povo da Guiné-Bissau. A Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) está lá para vos ajudar a resolver os vossos problemas, mas posso também garantir-vos que a paciência da CEDEAO está a esgotar-se", declarou, citado pela AFP, o chefe de Estado gambiano na abertura dos trabalhos, em que participaram os ministros dos Negócios Estrangeiros de sete países oeste-africanos do "grupo de contacto", constituído por aquela organização.


"Em menos de sete anos, quantos presidentes da Guiné-Bissau perderam a vida? Quantos chefes de estado-maior perderam a vida? Quantas pessoas foram mortas em total impunidade?", questionou Yahya Jammeh às três dezenas de personalidades guineenses presentes, entre as quais representantes da junta militar que tomou o poder no país no passado dia 12 de abril, mas também membros do conjunto da classe política, autoridades religiosas e da sociedade civil.

 

Sucessivos golpes de Estado


"Estamos aqui para dizer-vos que em último recurso, ou vocês escolhem uma solução pacífica com a CEDEAO, ou a CEDEAO tomará medidas para pôr fim ao que se passa em Bissau", preveniu também o presidente gambiano.


Desde a sua independência em 1974, a Guiné-Bissau vive ao ritmo dos golpes de Estado, tentativas de golpe e assassinatos políticos sob o fundo de rivalidades para controlar o tráfico de cocaína.


Na passada quinta-feira, os chefes de Estado de seis países da África ocidental, reunidos em cimeira extraordinária em Abidjan, deram um ultimato de 72 horas aos golpistas para que aceitem as decisões da CEDEAO com vista ao regresso à ordem constitucional, sob pena de sofrerem sanções individuais, diplomáticas e económicas.

 

Minicimeira a 3 de maio


No dia seguinte, a junta militar anunciou que aceitaria as exigências, que incluem uma transição no prazo máximo de doze meses e aceitação do envio para o país de uma força militar regional. Num segundo sinal de compromisso com o acordo, o presidente interino deposto, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, detidos no dia do golpe, foram libertados e evacuados para a capital da Costa do Marfim.


A força da CEDEAO, que deverá contar com entre 500 e 600 homens, condiciona a sua chegada à Guiné-Bissau à saída dos 650 soldados angolanos presentes no território desde 2011 e cuja presença, fortemente contestada pelo exército guineense, foi uma das justificações declaradas do golpe.

Uma minicimeira que reunirá os chefes de Estado do grupo de contacto, inicialmente prevista para se realizar em Dakar, terá lugar em Banjul no próximo dia 3 de maio, anunciou hoje a CEDEAO através de um comunicado.

PAIGC admite governo de inclusão

Bissau, (Lusa) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) admite um governo "de inclusão" mas sem abdicar da liderança política na Guiné-Bissau, porque foi o partido mais votado, disse  o secretário permanente, Augusto Olivais.

O responsável falava no aeroporto de Bissau, de onde partiu para uma reunião na Gâmbia onde serão procuradas soluções para a crise guineense, na qual participam, entre outros, partidos guineenses e o Comando Militar que fez o golpe de Estado de dia 12 de abril.

Até agora o PAIGC tem-se recusado a participar em reuniões com outros partidos ou com os golpistas, insistindo sempre que tem de ser reposta a legalidade constitucional e concluídas as eleições presidenciais, cuja segunda volta foi bloqueada pelo golpe de Estado. Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro e candidato presidencial do partido, ganhou a primeira volta.

Augusto Olivais explicou a jornalistas no aeroporto de Bissau que a proposta que tem para a reunião em Banjul é a de sempre, a reposição da ordem democrática e da Constituição, que o PAIGC retome o governo do país e que se faça a segunda volta das eleições presidenciais.

Porém, disse, também está aberto a outras soluções para a crise no país, admitindo um governo de inclusão. "Se houver necessidade, se isso vai trazer paz, sossego, entendimento entre os guineenses, vamos por isso na mesa para discussão", disse Olivais, salientando que será sempre um governo do PAIGC.

"Antes de toda esta situação o Presidente da República interino chamou o PAIGC para fazer um governo de inclusão, a pedido da sociedade civil, e o PAIGC aceitou. Isso contra a vontade e decisão do povo, que deu ao PAIGC uma maioria qualificada. Mas para não haver problemas no país o PAIGC aceitou e mesmo assim isso não resultou", disse.

Quanto a um governo de transição de um ano, algo que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) coloca como solução para o país, Augusto Olivais diz que tal depende de como se interprete essa transição.

"Para uns a transição é acabar com o governo do PAIGC, para outros não", frisou.

"Estamos numa situação que temos de aceitar que é anormal. É preciso preparar a segunda volta das presidenciais, marcara data, deixar os ânimos acalmarem. Sabemos que estamos em ano de eleições legislativas, que podem não ser na data prevista. Isso tudo vamos negociar, tentar compor, para termos os resultados que todos desejamos", disse.

Otimista, Augusto Olivais afirmou não saber quanto tempo vai durar a reunião na capital da Gâmbia, horas ou dias, mas acrescentou: "vamos chegar a um acordo, alguma coisa vai sair desta reunião".

Questionado sobre se já falou com Carlos Gomes Júnior, que foi detido pelos golpistas em 12 de abril e libertado na sexta-feira, encontrando-se atualmente na Costa do Marfim, disse que não e acrescentou saber que está bem "mas um bocado debilitado fisicamente".

Fernando Vaz, que tem sido o porta-voz de um grupo de partidos que se tem reunido com os militares, e que propôs um Conselho Nacional de Transição, disse também aos jornalistas que vai defender na Gâmbia o que sempre tem defendido, "o rápido regresso à normalidade constitucional", admitindo que da reunião pode sair "um governo constituído" para a Guiné-Bissau.

FP.

Lusa

Militares e políticos procuram saída para a crise

A Reunião de hoje na Gâmbia como o NGB noticiou, junta militares e políticos para procurar uma solução para a crise guineense. O PAIGC também está no encontro.

Representantes do Comando Militar que derrubou o governo da Guiné-Bissau e partidos políticos estão hoje reunidos na Gâmbia para tentar encontrar uma solução para a crise guineense gerada pelo golpe de Estado de 12 de abril.
A reunião, a convite do Presidente da República da Gâmbia (Yahya Jammeh), que mandou o seu avião a Bissau para transportar os diversos responsáveis, junta também elementos da sociedade civil e da igreja católica.
Alguns dos participantes contactados pela Lusa disseram que a reunião, sem agenda divulgada e sem data para terminar, pode durar dias e manifestaram-se otimistas quanto a resultados.

PAIGC participa na reunião

Na quinta-feira, em cimeira realizada na Costa do Marfim, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), foi nomeado um grupo de países para coordenar as decisões saídas do encontro de chefes de Estado e de governo, entre elas o envio de uma força militar para a Guiné-Bissau e a entrega do poder aos políticos.
A Gâmbia faz parte desse grupo, em conjunto com a Nigéria, o Benim, Cabo Verde, Guiné-Conacri, Senegal e Togo.
Na reunião de hoje em Banjul participa o PAIGC, o maior partido da Guiné-Bissau e que até agora se tem recusado a participar em reuniões com outros partidos ou com o Comando Militar.

domingo, 29 de abril de 2012

Houve libertação, mas isso é apenas o começo... (artigo agencia Lusa)

A “saída” dos dirigentes guineenses que se encontravam detidos pelos golpistas significa que a pressão internacional “funcionou” mas que ainda faltam cumprir outras condições, disse hoje à Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. "É preciso avaliar os factos com exatidão. Por um lado, a saída do primeiro-ministro e do Presidente da República da Guiné-Bissau do seu cativeiro significa que a pressão da comunidade internacional para preservar a integridade física dos dirigentes eleitos do país funcionou” disse à Lusa Miguel Guedes, porta-voz do MNE numa primeira reação da diplomacia portuguesa sobre a libertação de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro da Guiné Bissau, e Raimundo Pereira, Presidente da República interino que se encontravam presos pelos militares responsáveis pelo golpe de Estado no país ocorrido a 12 de abril.

“Há poucas semanas a sua vida estava ameaçada pelos autores do golpe que acabaram por ceder, tal o isolamento a que um cenário de violência os conduziria” referiu o porta-voz do MNE que sublinha que esta é apenas uma das condições impostas aos autores do golpe de Estado. “É necessário recordar que essa era apenas uma das condições do regresso à normalidade na Guiné-Bissau. Outras são, nomeadamente, a retoma da ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral”, disse. “Devemos ter presente que as declarações da ONU, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e da União Europeia são muito claras quanto ao que fazer.

Nesse sentido, será determinante ouvir Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior como autoridades legítimas cuja liberdade deve ocorrer na Guiné-Bissau e não fora do país”, afirmou ainda Miguel Guedes. “O Governo português levará a cabo as diligências diplomáticas adequadas para obter o retrato completo da situação”, concluiu. O Presidente da República interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, derrubados por um golpe militar em 12 de abril, chegaram na noite de sexta-feira à capital da Costa do Marfim.

A libertação dos dois dirigentes guineenses pelo Comando Militar, designação do grupo que os derrubou, ocorreu a 48 horas do fim do ultimato dado pelos chefes de Estado da África Ocidental aos golpistas. Em declarações à imprensa, em Francês, Raimundo Pereira agradeceu ao chefe de Estado costa-marfinense, Alassane Ouattara, que é o presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental. A Costa do Marfim “é também o nosso país”, disse, sem mais comentários.

Lusa

Embaixador dos EUA diz que "é um erro acusar Angola"

O embaixador dos Estados Unidos em Angola, Cristopher McMullen, considerou hoje em Luanda ser "um erro" acusar Angola de ser a motivação para o golpe de estado de 12 de abril na Guiné-Bissau.
"É falso. Angola tem jogado um papel muito construtivo e apoiamos completamente este papel", disse o diplomata, que falava aos jornalistas no final de um encontro com o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti.


Segundo o embaixador norte-americano, durante o encontro de quase uma hora foram abordadas as situações na Guiné-Bissau, no Mali e no Sudão do Sul. Cristopher McMullen saudou o papel de Angola nos esforços para o restabelecimento da estabilidade nesses três países africanos. "Gostaria de saudar sobretudo o ministro Chicoti pelo papel muito forte, central e muito construtivo que ele teve desde esse período de tensão na Guiné-Bissau e também no Sudão", disse o diplomata.


McMullen acrescentou ainda que os Estados Unidos consideram que "Angola teve um papel central (na estabilidade da Guiné-Bissau)", esperando que possam continuar com o mesmo, "quer seja com a CEDEAO seja com a ONU, seja com outro grupo internacional ou regional". Relativamente à situação no Sudão do Sul, Cristopher McMullen disse ter sido informado sobre a posição da União Africana naquela questão, salientando que os Estados Unidos estão "completamente de acordo com Angola e a UA". Angola e a UA defendem a necessidade das partes baixarem as tensões para evitar violência, focando as atenções sobre as negociações para encontrar uma solução pacífica.


"Também no Mali, estamos de acordo com a posição de Angola e a UA", sublinhou. O embaixador norte-americano disse ainda que reiterou ao ministro Georges Chicoti o convite da secretária de Estado norte-americana, Hilary Clinton, para uma visita a Washington. "Quando ele tiver tempo, porque temos uma convergência muito forte em assuntos como estes e também sobre assuntos internacionais. Seria ótimo se o ministro pudesse visitar Washington para falar com a secretária de Estado e outros funcionários de alto nível sobre as nossas convergências de interesses", salientou.

LUSA

Informação da T A P

 

A TAP pede a todos os passageiros do Voo TP 202 de ontem 28 de Abril para comparecerem no aeroporto de Bissalanca hoje Domingo às 22 horas para 0 Check-in.

sábado, 28 de abril de 2012

Pressão "funcionou" mas faltam cumprir outras condições -- porta-voz MNE

Lisboa, 28 abr (Lusa) -- A "saída" dos dirigentes guineenses que se encontravam detidos pelos golpistas significa que a pressão internacional "funcionou" mas que ainda faltam cumprir outras condições, disse hoje à Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"É preciso avaliar os factos com exatidão. Por um lado, a saída do primeiro-ministro e do Presidente da República da Guiné-Bissau do seu cativeiro significa que a pressão da comunidade internacional para preservar a integridade física dos dirigentes eleitos do país funcionou" disse à Lusa Miguel Guedes, porta-voz do MNE numa primeira reação da diplomacia portuguesa sobre a libertação de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro da Guiné Bissau, e Raimundo Pereira, Presidente da República interino que se encontravam presos pelos militares responsáveis pelo golpe de Estado no país ocorrido a 12 de abril.

"Há poucas semanas a sua vida estava ameaçada pelos autores do golpe que acabaram por ceder, tal o isolamento a que um cenário de violência os conduziria" referiu o porta-voz do MNE que sublinha que esta é apenas uma das condições impostas aos autores do golpe de Estado.

Militares e políticos partiram para a Gâmbia para reunião sem fim marcado

Uma delegação de mais de 20 militares e políticos da Guiné-Bissau partiu hoje de Bissau para a Gambia para uma reunião, sem fim marcado, sobre a crise guineense, constatou a agência Lusa.

Num avião da República da Gâmbia seguiram nomeadamente Daba Na Walna, porta-voz do Comando Militar que liderou o golpe de Estado de 12 de abril, representantes da Marinha e da Força Aérea, o bispo de Bissau, representantes da sociedade civil e representantes dos candidatos às eleições presidenciais de março e de partidos políticos, incluindo do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o maior partido do país, no poder até ao golpe militar.

Henrique Rosa, um dos candidatos às presidenciais também viajou no avião enviado a Bissau expressamente para levar o grupo.

Lusa

TAP cancela voo para Bissau por motivos operacionais

Um voo da TAP para Bissau foi cancelado na noite de sexta-feira por motivos operacionais e os 57 passageiros afectados serão transportados no próximo voo, previsto para domingo, disse fonte da transportadora aérea.

A porta-voz da TAP, Carina Correia, explicou que o cancelamento não teve qualquer relação com a situação na Guiné-Bissau, onde um comando militar tomou o poder no dia 12 de Abril, protagonizando um golpe de Estado no país.

Os 57 passageiros que na sexta-feira à noite ficaram em terra devido ao cancelamento viajarão no próximo voo da TAP para Bissau, previsto para domingo às 21h25, tendo a transportadora substituído a aeronave por uma maior para conseguir embarcar todos os passageiros, acrescentou a porta-voz.

Um dos passageiros afectados disse ter sido já hoje informado pela companhia aérea de que tem lugar confirmado no voo de domingo.

Chegada a Abidjan do PR Raimundo Pereira e do PM Carlos Gomes Jr.

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Raimundo Pereira, Presidente da República interino, é recebido na placa do aeroporto de Abidjanlivres
PR, Raimundo Pereira e Carlos Gomes Jr., primeiro-ministro, à sua chegada a Abidjan, na Costa do Marfim

Novo Artigo de Opinião

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Populares festejam «libertação» do primeiro-ministro e PR interino na sede do PAIGC

Dezenas de pessoas estão concentradas em Bissau na sede do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), no poder até dia 12, a festejar a «libertação» do primeiro-ministro e do Presidente interino.

Fontes militares disseram à Lusa que o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira, detidos no dia 12 de abril, na sequência do golpe militar na Guiné-Bissau, partiram hoje no mesmo avião que trouxe os elementos do Comando Militar que participaram quinta-feira numa cimeira extraordinária da CEDEAO, no mesmo país.

Numa conferência de imprensa realizada hoje em Bissau, questionado pela Lusa, o porta-voz do Comando Militar, Daba Na Walna, disse que não confirmava a libertação de Carlos Gomes Júnior e de Raimundo Pereira.

Lusa

Raimundo Pereira e Gomes Júnior podem integrar governo de transição

O porta-voz do Comando Militar que tomou o poder no dia 12 de abril na Guiné-Bissau admitiu que o o primeiro-ministro e o Presidente interino, libertados esta sexta-feira, possam integrar um governo de transição.

Se Raimundo Pereira for Presidente será Presidente de um governo de transição, se Carlos Gomes Júnior for primeiro-ministro será de um governo de transição, "não será primeiro-ministro no resultado das eleições anteriores", disse Daba Na Walna em conferência de imprensa.

Se o PAIGC (maior partido, no poder até dia 12) "apresentar Carlos Gomes Júnior para o governo de transição será uma proposta boa para estudar", disse o porta-voz em resposta aos jornalistas, acrescentando que "tudo está em aberto" e que o Governo eleito foi afastado.

Na conferência de imprensa, Daba Na Walna afirmou que a força da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) que vai chegar ao país (que pode ser em 48 horas) virá para assistir a retirada da missão angolana (Missang) e para garantir a segurança de pessoas vulneráveis, como antigos membros "do governo que caiu".

Vem também, disse, para garantir a segurança de pessoas que futuramente serão chamadas a depor nos julgamentos relativos aos assassínios políticos no passado recente no país. "Fizemos questão de dizer à CEDEAO que há um problema de impunidade crónica que tem de ser resolvido, ou através da Justiça ou de uma Comissão de Verdade e Reconciliação".

De acordo com o porta-voz, o período de transição será de um ano, uma imposição da CEDEAO, já que o Comando queria dois anos, e uma equipa técnica da comunidade da África Ocidental vai discutir a modalidade de "arranjos constitucionais", e "garantir a formação de um novo governo o mais rápido possível".

Daba na Walna informou que a Assembleia Nacional Popular vai continuar como órgão, porque não foi dissolvida, ao contrário do Governo eleito que deixou de estar em funções.

"A CEDEAO disse que vai acionar mecanismos para combater o tráfico de droga. Temos a perceção de que os barões da droga estão a tomar conta da política neste país", prosseguiu.

A missão da CEDEAO irá também, acrescentou, apoiar a Guiné-Bissau na realização de um recenseamento e de eleições dentro de um ano, provavelmente legislativas e presidenciais.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ultima Hora = Comando Militar aceita todas as exigências da CEDEAO


O Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau disse hoje em Bissau que aceitou todas as condições impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEO) para resolver a crise no país.

O Coronel-Maior Gnimanga Barode Burkina Faso é o comandante nomeado para chefiar a Missão da CEDEAO na Guiné-Bissau.

Coronel-Maior Gnimanga Baro de Burkina Faso

O alto official já terá recebido do presidente da Comissão da CEDEAO, Désiré Kadré Ouédraogo “orientações” que guiarão a sua missão, inclusive, já terá discutido assuntos relacionados com o bracelete e a bandeira do seu contingente. Ainda não se sabe o exacto número das tropas que a CEDEAO enviará à Guiné-Bissau.

Partido de Kumba Ialá critica intenções de Angola

O Partido da Renovação Social (PRS), presidido por Kumba Ialá, candidato à Presidência guineense, acusou hoje o Governo de Angola de ter intenções hegemónicas na região, "com epicentro" na Guiné-Bissau.

Em comunicado hoje divulgado, o segundo maior partido da Guiné-Bissau diz tratar-se de "puro delírio" que se relacione o golpe de Estado de dia 12 com "as legítimas pretensões reivindicativas" de Kumba Ialá nas eleições presidenciais realizadas em março (que considerou fraudulentas, exigindo a repetição).

O comunicado surge como resposta a acusações, no dia 24, do vice-ministro da Defesa de Angola, Salvino de Jesus Sequeira "Kianda", que no parlamento angolano implicou Kumba Ialá no golpe de dia 12 e acusou-o de dar dinheiro ao chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Injai.

O governante angolano disse também que António Indjai e Kumba Ialá são parentes.

Em resposta, "face aos ataques sistemáticos de que o presidente Kumba Ialá tem sido alvo por parte do governo angolano", o PRS diz que o responsável angolano "esboça" um "falso laço de parentesco" entre Indjai e Ialá e que, "além do desprezo pelas realidades culturais, próprio de um colonialista", demonstra desconhecer as mesmas.

O comunicado informa que Kumba Ialá, quando chegou a Bissau, apresentou condolências à família de Malam Bacai Sanhá (Presidente eleito, que morreu em janeiro), a quem deu dinheiro, como é da tradição guineense.

Kumba Ialá foi depois prestar homenagem a Malam Bacai Sanhá no forte de Amura, onde está enterrado o corpo do antigo estadista e que funciona também como Estado-Maior General das Forças Armadas.

A mando de Indjai, "as chefias militares mais não fizeram do que render informalmente as devidas honras a um antigo chefe de Estado deposto por um golpe de Estado, o que terá despoletado uma forte emoção, levando Kumba Ialá, num gesto de simpatia e de agradecimento, a oferecer publicamente alguma soma em dinheiro, gesto que protagonizou algum simbolismo cultural à semelhança de alguma prática tradicional, e pelos vistos mal compreendido pelo nosso general angolano", diz o comunicado.

O PRS diz que a situação que hoje o país vive teria sido evitada se "o grito de socorro" de António Indjai tivesse sido ouvido, quando se terá queixado ao governo de que a missão angolana em Bissau (Missang) estava a "extravasar o seu mandato".

Mas Indjai não foi ouvido e em vez de medidas de apaziguamento "seguiram-se fatídicos dias de violentos comunicados dirigidos essencialmente contra os militares", acusa o documento do PRS.

Ultima Hora = O Primeiro Ministro Carlos Gomes e o Presidente Interino Raimundo Pereira foram Libertados à poucos minutos

Carlos Gomes e Raimundo Pereira foram libertados e seguiram com a delegação da CEDEAO para Abidjan, na Costa do Marfim

Em Atualização

A delegação do Comando Militar da Guiné-Bissau que participou na quinta-feira na cimeira da Comunidade da África Ocidental regressou hoje a Bissau, onde se reúne no aeroporto com chefes das forças armadas regionais.

A delegação dos militares que realizaram um golpe de Estado na Guiné-Bissau no dia 12 de abril chegou à capital guineense cerca das 11:00 (12:00 em Portugal), constatou a Lusa no local, e de imediato iniciou uma reunião com chefes das forças armadas da Nigéria, do Senegal e da Costa do Marfim.

Na quinta-feira, a cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu enviar um contingente militar de 500 a 600 elementos, a fornecer por Nigéria, Togo, Costa do Marfim e Senegal, para a Guiné-Bissau.

Lusa

Continuação de força portuguesa está a ser "avaliada"

O ministro da Defesa de Portugal José Pedro Aguiar-Branco.disse esta sexta-feira que a continuação da força militar portuguesa ao largo da Guiné-Bissau está a ser "avaliada" e que "neste momento" não se prevê a participação em qualquer operação internacional.

"A missão era a de, se necessário, proceder à evacuação de portugueses que assim o desejassem e de outras entidades. Neste momento há uma alteração no quadro porque foi reaberto o espaço aéreo, portanto está a ser avaliada e monitorizada a par e passo para que, caso seja necessário, se possa também alterar a própria missão", declarou José Pedro Aguiar-Branco.

O governante falava aos jornalistas no final de uma audição à porta fechada na comissão parlamentar de Defesa Nacional, onde discutiu com os deputados a actual situação na Guiné-Bissau.

O ministro da Defesa não se comprometeu com uma data para o regresso a Portugal da Força de Reacção Imediata (FRI) portuguesa - composta por três navios e duas aeronaves -, sublinhando que essa avaliação está a ser feita "em função do que seja a evolução, quer do ponto de vista diplomático, quer das condições de terreno".

Aguiar-Branco notou no entanto que há "uma alteração que é significativa da reabertura do espaço aéreo" e que "altera a hipótese de saída de portugueses da Guiné".

"Esta operação era a de, num quadro de risco para a segurança de cidadãos portugueses, estar em condições de poder fazer a respectiva evacuação se ela se tornasse necessária, em nenhuma circunstância nós iriamos permitir que havendo uma situação de risco Portugal não tivesse a capacidade de responder no momento e na hora certa para essa possibilidade de evacuação", frisou.

O governante referiu que esse objectivo do Governo português foi "assegurado" e "deu tranquilidade cá e também aos cidadãos portugueses que se encontram na Guiné-Bissau".

"Esse foi, é, e mantém-se como o objectivo da missão, é evidente que ela é avaliada a par e passo e dessa avaliação pode resultar uma alteração", acrescentou.

Questionado sobre a eventual participação de Portugal numa força internacional, o ministro português notou que a missão que em curso "está claramente definida para esta operação, que é de eventual evacuação num quadro permissivo de cidadãos portugueses que desejassem ser evacuados da Guiné".

"É essa a única missão que está em cima da mesa e mais nenhuma neste momento", acrescentou.

Já sobre a decisão da CEDEAO de enviar uma força com cerca de 500 militares (da Nigéria, Togo, Costa do Marfim e Senegal) para a Guiné-Bissau, Aguiar-Branco respondeu que esse é "um factor que também será objecto de análise na avaliação global" que é feita.

Entrevista de Daba Na Walna porta voz dos revoltosos : “Se o Parlamento aceitar a vinda de uma força internacional, está bem”

(Noticía  Jornal Publico)

Daba Na Walna, porta-voz dos militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau nega ligação ao candidato Kumba Ialá. E justifica prisão do primeiro-ministro, Gomes Júnior, como forma de evitar que seja morto

Tenente-coronel, mas também jurista, doutorando na Faculdade de Direito de Lisboa, Daba na Walna, 46 anos, é o rosto do denominado Comando Militar que fez o golpe de 12 de Abril em Bissau. Numa entrevista telefónica, quarta-feira à tarde, disse que os militares nada têm a ver com o futuro político do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior. “O que dissemos é que não nos crie complicações, que não nos mande forças estrangeiras secretamente.” Questionado sobre o papel de António Indjai, chefe de Estado-Maior, na acção golpista, afirma: “Que eu saiba não é membro do Comando”.


PÚBLICO: Qual o resultado dos contactos que o comando militar manteve nos últimos dias com a comissão da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) que esteve em Bissau?


Daba Na Walna: Era uma comissão técnica, veio discutir questões relativas à retirada das tropas angolanas, modalidades dessa retirada. Não chegámos a consenso sobre alguns aspectos, nomeadamente o envio de uma força da CEDEAO composta por 600 homens para supervisionar a retirada das tropas angolanas. Entendemos que decidir sobre o envio de forças ultrapassa a nossa competência como militares. Assim que um Governo for formado, poderá tomar decisões. [Indicámos] o Parlamento, para falarem com o presidente da Assembleia, a única entidade ainda a funcionar. Disseram-nos que não tinham mandato para falar com políticos, que careciam de autorização. Estamos a aguardar.


Como é que vão sair desta situação? Há um isolamento internacional.


Por via negocial. Há uma janela que foi aberta pela CEDEAO. E que eu saiba o Conselho de Segurança [da ONU] remeteu o processo de negociações para a CEDEAO. Vamos esperar. Seguramente vão mandar uma equipa técnica para discutir connosco e com a classe política modalidades de saída para a crise.


Que passaria pelo envio de uma força liderada pela CEDEAO. Isso seria aceitável para vocês?


Nós não nos opusemos à vinda de tropas que viessem supervisionar a retirada das tropas angolanas. Nem dissemos que sim. Dizemos tão só que não temos competência para decidir sobre essa matéria. Um eventual envio de força será decidido pelo governo a formar a partir da solução encontrada conjuntamente com a CEDEAO.


Há dias disse que uma força internacional seria entendida como invasora. Há uma mudança de posição.


Estamos a dizer que depois de formado Governo, se se chegar à conclusão que se adequa o envio de uma força e o Parlamento aprovar, se as instituições da República aceitarem, quem somos nós para negar? O que dissemos na altura foi que o envio unilateral que Angola tentava conseguir, sem ser decidido com as entidades políticas da Guiné, seria uma invasão. Nas palavras de George Chicoty [ministro das Relações Exteriores de Luanda] devia ser uma espécie de terapia para a Guiné. Se as entidades políticas chegarem à conclusão que devem aceitar, se o Parlamento concluir que deve aceitar está bem. O que dissemos a Carlos Gomes Júnior, relativamente ao pedido que formulou [para o envio de uma força internacional] foi que devia ter discutido isso no Parlamento e em Conselho de Ministros. Em Portugal, Cavaco Silva ou Passos Coelho não podem mandar ir forças sem que isso seja discutido em Conselho de Ministros nem aprovado no Parlamento. Foi só o que dissemos.


Mas devido ao golpe, as instituições, designadamente o Governo, não estão em funções. Qual é justificação, afinal, para o golpe?


Já disse, e voltei a repetir agora, que foi acarta secreta que foi escrita a mandar vir forças estrangeiras para dar uma terapia adequada às Forças Armadas da Guiné. O senho no meu lugar aceitaria isso? Tentaria actuar em legítima defesa.


Acredita mesmo que existia um acordo entre os governos da Guiné e de Angola para “aniquilar” as Forças Armadas guineenses?


Eu não disse que acredito que há. Eu disse que há uma carta escrita. Esta carta, está confirmado, existe.O golpe interrompeu o processo eleitoral para as presidenciais. Houve articulação com candidatos? Há alusões a uma articulação com Kumba Ialá [segundo mais votado na primeira volta, atrás de Gomes Júnior].

Isso são especulações. Que eu saiba, não há nenhuma ligação ao dr. Kumba Ialá, nem há razão para haver. Não actuamos por encomenda.


Não lhe parece que a melhor solução seria o retomar do processo eleitoral e os militares regressarem às casernas?
Não tenho nada contra. [Sobre isso] não dissemos nada. Dissemos é que somos contra o envio das forças para aqui. Quanto ao processo eleitoral caberá aos políticos decidirem o que acharem correcto.

O comando militar não se opõe à continuidade do processo eleitoral?


É um assunto político, não compete aos militares.
Relativamente ao primeiro-ministro, há uma intransigência, uma rejeição.


R - Rejeição em que sentido?
Gomes Júnior foi detido. Há oposição a que volte a exercer funções.


Ninguém diz isso. Não temos nada a ver com o futuro político de Gomes Júnior. Como empresário, se quiser continuar a sua vida empresarial [que continue]. Como político que o faça, dentro do PAIGC. O que dissemos, é que não [queremos que] nos crie complicações, que não nos mande forças estrangeiras secretamente. Se tiver que fazer isso que o faça obedecendo à Constituição e às demais leis da República.


Não há oposição a que retome a actividade política?

Isso é uma questão política que será discutida. Não connosco. Com Gomes Júnior, com o seu partido, com os políticos da oposição, não com os militares. Não temos nada a ver com a sua vida política. É um cidadão e tem liberdade de fazer política.


Não há oposição à sua acção como primeiro-ministro? Está detido por alguma razão.


Está detido porque senão levaria avante o seu projecto de vinda das tropas.


Por que não é agora libertado?


Não temos condições para o libertar. Não há governo com capacidade para garantir segurança. Logo que seja criado, e haja um ministro do Interior, nós o faremos. O senhor não está cá não sabe. [Há] uma onda de contestação a Carlos Gomes Júnior, ele terá morto muita gente, politicamente encomendou alguns assassinatos. Não sou eu quem o diz, é a ala do PAIGC [Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, do Governo afastado pelos militares] que entrou em confrontação com a ala apoiante dele. Se libertarmos agora Carlos Gomes Júnior, imagine que [alguém] aproveitava a oportunidade para o matar. Quem é que seria responsável? Não seríamos nós? Está sob nossa custódia, mas assim que for formado Governo será imediatamente libertado.


Qual é a situação dos detidos, do primeiro-ministro e do Presidente interino, Raimundo Pereira? Houve informações de que Gomes Júnior foi torturado.


É mentira. A Cruz Vermelha já disse que não há tortura, mas a imprensa gosta de mentiras.


Estão a ser-lhe fornecidos medicamentos?


Estão. A Cruz Vermelha já foi visitar Gomes Júnior três ou quatro vezes. Ninguém tortura ninguém. Ouvimos dizer na imprensa que foi visto aqui a sangrar. Foi dito que esteve connosco na negociação com a CEDEAO. Este país é um país de intrigas e a imprensa vem apanhar as mentiras que circulam por aí. É falso.
Quantas pessoas estão detidas?


Apenas três [o Presidente interino, o primeiro-ministro e o secretário de Estado dos Antigos Combatentes, Fodé Cassamá]. Ouço falar em centenas ou dezenas de pessoas detidas, perseguidas, intimidadas. Aqui em Bissau as pessoas organizam manifestações, a imprensa fala abertamente contra o golpe, a imprensa fala mal dos militares. Limitamo-nos a ouvir e a calar. Isto não é nenhum estado de repressão. Tentamos manter o mais amplo possível leque de liberdades fundamentais. O que fizemos foi uma legítima defesa.

Foi anunciado um conselho de transição. Chegou a ser avançado um nome para Presidente de transição, Serifo Nhamadjo. Tanto quanto se sabe não foram nomeados. Houve mudança de planos?


São especulações, são cogitações hipotéticas.
As nomeações, os nomes, são cogitações?
Não houve nomeação coisíssima nenhuma. Nós temos um compromisso com a CEDEAO. Estamos à espera para poder apresentar a nossa proposta, a proposta a que os partidos aqui chegaram. Mas a CEDEAO poderá também apresentar uma proposta para ser discutida, para se encontrar consensualmente uma saída airosa para esta crise. Não há nada decidido sobre a formação de Governo nem...
Os nomes referidos para Presidente e para o conselho de transição como é que apareceram? Que não foram nomeados é público. Não houve sequer convites?


Isso corre por conta de quem lançou boatos. Quando um jornalista lhe perguntou se fala na qualidade de Presidente de transição ou como presidente interino da Assembleia, Serifo Nhamadjo disse que não foi empossado nem ninguém o convidou para esse cargo.


Não é verdade que esses nomes foram ponderados?
Não. Pode ser uma das hipóteses por aí levantadas, mas em definitivo, como disse, nós estamos à espera da CEDEAO. Como poderíamos avançar com propostas e nomes se a CEDEAO não está aqui? Nesta altura quem assume o dossier Guiné-Bissau é a CEDEAO, não há nada decidido.


O senhor tem dado a voz, dado a cara. É o rosto do golpe. É também o líder?

Eu sou porta-voz.


Quem é o líder?


O líder é o Comando.


O Comando Militar. Que é também o Estado Maior das Forças Armadas, correcto?


Tem a liberdade de fazer a interpretação [que quiser]. Eu disse o Comando, agora o senhor quer expandir para chegar ao Estado-Maior.


Estou a pedir-lhe que clarifique.


Estado-Maior é uma coisa, Comando é outra. Não há confusão. Já disse que é o Comando.


Qual é o papel do tenente-general António Indjai?
Aonde, ao nível do Comando?
Sim, sim.

Que eu saiba, não é membro do Comando.
O senhor saberá.


Ele é chefe do Estado-Maior. Esse é o papel dele.
E está em funções? Chegou a ser dito que estava sob detenção.


Até agora não foi nomeado novo chefe do Estado-Maior. É ele o chefe de Estado-Maior.

Primeiro-ministro guineense foi obrigado a comprometer angolanos

O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, foi obrigado pelos militares golpistas a assinar a carta que, posteriormente, apresentaram como prova de existência de um ‘acordo secreto’ entre os governos de Angola e Guiné-Bissau.

Na versão original, com data de 12 de Abril, o mesmo dia em que foi o dirigente político foi detido, apenas constava o seu nome, sem qualquer assinatura no esboço do documento que iria ser enviado ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ao presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e às chefias militares guineenses.

O líder angolano recebeu o documento das mãos do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Chicoty, e o assessor jurídico de Carlos Gomes Júnior confirmou ter entregado o documento a uma alta patente militar de Bissau, sem revelar a sua identidade.

Três dias depois da detenção de Carlos Gomes Júnior, o auto-intitulado comando militar apresentou à imprensa a tal carta, mas já com a assinatura e o selo branco do seu gabinete. Na missiva, era possível ver uma observação do primeiro-ministro detido, indicando ao seu chefe de gabinete, Lineu Tolentino, que pusesse o selo branco no documento.

Apesar desta ‘oficialização’ da carta a Ban Ki-moon, o seu conteúdo faz cair por terra o argumento de acordo secreto entre os governos de Angola e Guiné-Bissau. Carlos Gomes Júnior explica ao secretário-geral das Nações Unidas que a recusa de cinco candidatos em aceitar o resultado das eleições pode ajudar a causar instabilidade no país.

Gomes Júnior explicou a Ban Ki-moon que Angola decidiu pôr fim à sua missão técnico-militar (MISSANG) em Bissau, algo que iria agravar ainda mais a frágil situação do seu país. Em consequência, pedia o envio de uma força de interposição, que integrasse Brasil, Angola, Gana e países da Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDAO). Nenhum sinal da acusação feita pelos militares e que esteve na origem do golpe de Estado.

CEDEAO envia militares para estabilizar transição

Os chefes de Estado da África Ocidental decidiram enviar um contingente militar para a Guiné e deram 72 horas aos golpistas para se submeterem às exigências feitas, sob pena de sanções.

Os dirigentes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiram que o contingente a enviar para a Guiné-Bissau vai ter por missão «facilitar a retirada da Missão de Assistência Técnica e Militar de Angola na Guiné-Bissau, dar assistência à estabilização do processo de transição» após o golpe de Estado de 12 de abril e preparar a reforma do setor da defesa e segurança, indica o comunicado final da cimeira.

Os 500 a 600 homens do contingente serão fornecidos por pelo menos quatro países, a Nigéria, o Togo, a Costa do Marfim e o Senegal.

Além do envio do contingente militar, os dirigentes da CEDEAO decidiram também dar um ultimato de 72 horas aos golpistas militares guineenses para se submeterem às exigências feitas, sob pena de sanções, noticia a AFP.

Ao abrir a cimeira extraordinária da CEDEAO, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, exigiu que os responsáveis pelo golpe de Estado, realizado no dia 12 de abril, se «retirem» para que se possa avançar «rapidamente» com a transição.

Os dirigentes da CEDEAO garantiram que se o Comando Militar (a junta) não se submeter às exigências "nas próximas 72 horas", a Comunidade "imporá com efeito imediato sanções dirigidas aos membros do comando Militar e seus colaboradores, bem como sanções diplomáticas, económicas e financeiras à Guiné-Bissau, sem excluir processos no TPI" (Tribunal Penal Internacional).

Dinheiro roubado na Direção-geral de Viação reaparece

Bissau – O dinheiro roubado no dia 25 de Abril, do cofre da Direção-geral de Viação e Transportes Terrestres, pelos elementos do Comando Militar no poder na Guiné-Bissau, reapareceu esta quinta-feira, 26 de Abril.

O reaparecimento da soma estimada em mais de 8 milhões de F.cfa, mais de 12 mil euros, foi justificado pelo novo Diretor-geral imposto nesta instituição pelos elementos do Comando Militar.


Falando aos jornalistas, André Deuna, militante e dirigente do Partido da Renovação Social, disse que a razão pela qual o cofre da Direção-geral de Viação foi assaltado prende-se com a necessidade do serviço da viação, tendo em conta que é um sector transversal em termos de serviço neste período em que o país se encontra.


Reagindo a esta situação, Lucinda Gomes Barbosa Auhokarie, Diretora-geral da Viação e Transportes Terrestres, disse que foi contactada por uma pessoa que se identificou como elemento do Comando Militar, de nome Bion Na Tchongo, um alto oficial da Marinha Nacional, que lhe pediu para se apresentar ao serviço, mas a responsável recusou.


Assim, o grupo optou pela violência, arrombando as portas com a ajuda do Director Administrativo e Financeiro.


Perante este comportamento, Lucinda Barbosa responsabilizou o seu Director Financeiro, por ter colaborado com a violação de uma instituição pública.


De salientar que a situação esteja relacionada com a falta de dinheiro que se faz sentir cada vez mais neste momento na Guiné-Bissau, devido ao golpe militar de 12 de Abril, agravado ainda mais com a falta de pagamento dos salários deste mês.

Comunidade da África Ocidental avisa golpistas que tolerância acabou

 

Abidjan, 26 abr (Lusa) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) "não tolerará mais tempo" a "usurpação do poder" do Comando Militar que derrubou o regime da Guiné-Bissau, avisou hoje o Presidente da Costa do Marfim, sem precisar medidas.

Alassane Ouattara, que falava no início dos trabalhos da Cimeira Extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), iniciada hoje em Abidjan, defendeu que os responsáveis pelo golpe de Estado guineense, realizado no dia 12 de abril, devem "retirar-se" para que se possa implementar "rapidamente" a transição.

"(Na Guiné-Bissau) não podemos tolerar mais tempo esta usurpação do poder pela junta (Comando Militar guineense). Os líderes do golpe devem retirar-se, para que possa ser implementada rapidamente uma transição", avisou Ouattara, Presidente em exercício da CEDEAO.



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Missão da União Africana em Bissau e CEDEAO anuncia envio de tropas

Noticía a TPA

Guiné-Bissau: Missão da União Africana em Bissau e CEDEAO anuncia envio de tropas

Uma missão da União Africana chega esta quinta-feira à Bissau para manter contactos com os militares que tomaram o poder a 12 de Abril na Guiné-Bissau.

A missão da União Africana vai procurar encontrar consendo sobre as decisões tomadas na reunião de terça-feira dos chefes de diplomacia africanos.

Entretanto, o grupo regional dos países da África Ocidental pretende enviar uma missão de mais de 600 soldados para a Guiné-Bissau, a chegarem ao país nos próximos dias com o objectivo de proteger os civis e as instituições de poder, apesar de a junta militar que levou a cabo o golpe no início deste mês ter recusado intervenções estrangeiras.

Esta iniciativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), confirmada por um responsável daquela organização regional, poderá relançar o conflito no território, que permanece numa frágil calma desde o golpe de Estado de 12 de Abril, uma vez que a junta deixara claro que interpretaria qualquer mobilização de forças militares de outros países como uma “ocupação”.

A fonte garantiu que a missão, com 638 soldados, incluindo militares da Nigéria, Cotê d'Ivoire, Senegal e Burkina Faso, estará em território guineense “nos próximos dias”.

O anúncio da missão da CEDEAO surge numa altura em que o Comando Militar que tomou o poder no país revelou que não poderá pagar os salários deste mês aos funcionários públicos, justificando esta falta com a ausência de um novo Governo.

Delegação do Comando Militar em Abidjan para cimeira da África Ocidental

Bissau, 26 abr (Lusa) - Uma delegação do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau no dia 12 viajou hoje para a Costa do Marfim onde vai participar na cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Em curtas declarações no aeroporto internacional de Bissau, o porta-voz do Comando Militar, tenente-coronel Daba Na Walna, disse que os militares foram convidados para tomarem parte na cimeira hoje em Abidjan, capital da Costa do Marfim.

Daba Na Walna disse que não podia prestar mais declarações porque o avião, um Falcon da República da Costa do Marfim, estava à espera da delegação composta por três elementos do Comando Militar: Daba Na Walna, Sanha Clussé (Chefe do Estado-Maior da Armada) e Celestino de Carvalho (Presidente do Instituto Nacional da Defesa).

Os dias e as sombras do caju

Bissau, 26 abr (Lusa) - Milhares de guineenses vivem por estes dias à sombra das árvores e das incertezas, apanhando caju, o principal produto que a terra dá, mas sem saber se, devido ao golpe de Estado, o poderão vender.

Homens e mulheres, novos e velhos, deixaram as cidades e começaram um trabalho de quatro meses, sem pensar muito nas voltas e reviravoltas políticas e militares de Bissau mas sabendo que delas depende o seu futuro.

É o caju que faz viver a Guiné-Bissau. Os relatórios do FMI referem o produto, que consoante boa ou má campanha faz subir ou descer o produto interno bruto. Na Guiné-Bissau, 85 por cento das pessoas das zonas rurais são pequenos produtores e no total o país exportou em 2011 quase 200 mil toneladas de caju, que renderam 156 milhões de euros (segundo o presidente da Comissão Nacional do Caju).

Cimeira da CEDEAO analisa crise na Guiné-Bissau

Os Presidentes dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reúnem-se hoje em Abidjan (Costa do Marfim), numa cimeira extraordinária dedicada às crises na Guiné-Bissau e no Mali.

Antes desta cimeira, estava prevista a realização de um encontro preparatório em Conacri, na segunda-feira, que acabou por ser anulado, alegando a CEDEAO que o "Comando Militar", constituído após o golpe de Estado do passado dia 12 na Guiné-Bissau, tinha assumido o compromisso junto da missão da organização que se deslocou a Bissau, de deixar o poder para "permitir o regresso imediato à normalidade constitucional" no país.

A CEDEAO condenou a constituição "ilegal" do Conselho Nacional de Transição (CNT) na Guiné-Bissau e a "usurpação do poder" pelo Comando Militar, depois do compromisso assumido com a organização regional e rejeitou a "usurpação do poder" pelo Comando Militar, vincando que não reconhecerá "qualquer transição" na Guiné-Bissau.

A cimeira da CEDEAO deverá também debruçar-se sobre o envio para a Guiné-Bissau de uma força militar de interposição e estabilização, cujo pedido foi reiterado na segunda-feira, em Lisboa, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Mamadu Djaló Pires, numa declaração que divulgou em nome do governo derrubado pelos militares.

Outro assunto em debate na cimeira é a crise no Mali, onde se aguarda a formação do governo do novo primeiro-ministro de transição, Cheick Modibo Diarra, apesar dos receios que os militares golpistas, que afastaram a 22 de março o presidente Amadou Toumani Touré, não queiram ceder o poder aos civis, apesar do acordo estabelecido com a CEDEAO, no passado dia 06.

O Presidente e o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde já anunciaram que participam na cimeira extraordinária de Abidjan, o mesmo acontecendo com o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo eleito da Guiné-Bissau, que hoje segue para a capital marfinense, segundo informou o próprio em conferência de imprensa de segunda-feira, em Lisboa.

A CEDEAO inclui 15 países da África Ocidental -- Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Petição/cidadãos lusófonos

 

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Partidos e organizações que contestam golpe pedem envio de força internacional

Bissau, 25 abr (Lusa) – Partidos e organizações da Guiné-Bissau que se juntaram numa frente anti golpe de Estado pediram hoje com insistência o envio de uma força de para o país e voltaram a exigir a libertação do Presidente e do primeiro-ministro.

Raimundo Pereira, Presidente da República interino, e Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro saído das eleições de 2008, estão detidos desde dia 12, na sequência de um golpe de Estado feito pelos militares.

Diversos partidos e organizações juntaram-se numa Frente Nacional Anti-Golpe (FRENAGOLPE) que hoje deu uma conferência de imprensa na sede do PAIGC, Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, que estava no poder até dia 12 de abril.

Comando Militar informa que não poderá pagar salário do mês de abril aos funcionários públicos

Bissau, 25 abr (Lusa) - O Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau desde o dia 12 deste mês informou hoje os Funcionários Públicos que não poderá pagar o salário deste mês, porque ainda não existe um novo Governo no país.

Em comunicado, a que a agência Lusa teve acesso, o Comando Militar avisa que os funcionários públicos não terão os seus ordenados pagos ao dia 25 como era hábito.

A nota adianta, no entanto, que "é provável que os funcionários públicos possam receber" na próxima semana, depois da conclusão "das negociações com a comissão técnica da CEDEAO".

Tráfico de droga na Guiné-Bissau poderá ajudar terrorismo

 

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União Africana pede estabilização do país "com recurso a todos os meios apropriados"

Lisboa, 25 abr (Lusa) -- O Conselho de Segurança da União Africana defendeu a conclusão do novo pacote de sanções e pediu empenho da comunidade internacional na estabilidade da Guiné-Bissau, "com recurso a todos os meios apropriados", numa nota hoje divulgada.

"O Conselho sublinha que esta estratégia terá como objetivo prioritário a restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau, no menor período de tempo, com recurso a todos os meios apropriados, e deverá em particular assegurar o reforço do setor da defesa e segurança" do país, refere o comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana após a reunião de terça-feira em Adis Abeba, na Etiópia, onde ainda foi discutida a situação no Mali e na instabilidade entre Sudão e Sudão do Sul.

Da reunião saiu também o pedido de uma reunião urgente com todos os parceiros, incluindo a União Europeia, para desenhar uma estratégia duradoura para o país por parte da comunidade internacional.

Ler Comunicado em Francês  na integra, no post anterior

Comunicado da UNIÃO AFRICANA CONSEIL DE PAIX ET DE SÉCURITÉ 319 ÈME RÉUNION AU NIVEAU MINISTÉRIEL ADDIS ABÉBA, ÉTHIOPIE 24 AVRIL 2012

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Passageiro da TAP tentava levar quatro caçadeiras para a Guiné-Bissau

Um homem foi detido no aeroporto de Lisboa quando se preparava para embarcar no avião com destino à Guiné-Bissau com quatro caçadeiras, disse hoje à agência Lusa fonte da Polícia de Segurança Pública.

De acordo com a fonte, as caçadeiras encontravam-se na bagagem do homem de 38 anos e foram detectadas no controlo alfandegário.

No mesmo dia, às 11h55, foi detida também no aeroporto uma mulher de 52 anos, na posse de uma arma branca.

Os detidos vão hoje ser presentes a tribunal para primeiro interrogatório judicial.

Lusa

Ministro angolano implica Kumba Ialá no golpe de Estado

O vice-ministro angolano da Defesa declarou hoje que Kumba Ialá manobrou os militares guineenses para um golpe de Estado.

O vice-ministro da Defesa, Salvino de Jesus Sequeira "Kianda", declarou hoje no Parlamento angolano que o golpe de Estado realizado a 12 de abril na Guiné-Bissau começou a ser preparado logo a seguir à morte do Presidente Malan Bacai Sanhá, a 9 de janeiro, implicando o antigo Presidente e atual candidato presidencial Kumba Ialá no sucedido

Segundo Salvino Sequeira, Kumba Ialá manobrou os militares guineenses para protagonizarem um golpe de Estado, tendo mesmo dado uma soma de dinheiro ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general António Indjai.

"A preparação do golpe de Estado começou a partir da morte do ex-Presidente Malam Bacai Sanhá", e nessa ocasião o ex-Presidente Kumba Ialá chegou a Bissau, proveniente do estrangeiro, salientou Salvino Sequeira.

Kumba Ialá ter-se-á dirigido ao Estado-Maior General das Forças Armadas, depois de ter apresentado condolências à família de Bacai Sanhá, onde se reuniu com o general António Indjai, a quem entregou uma soma em dinheiro.

Ex-guerrilheiros em maioria nas forças armadas

"O Chefe de Estado das Forças Armadas da Guiné-Bissau e o candidato Kumba Ialá são parentes. A mulher de Kumba Ialá é tia do chefe de estado", explicou o general "KIanda", acrescentando que, uma vez no Estado-Maior, Ialá "fez um discurso aos militares que lá estavam e, inclusive, tirou dinheiro e entregou ao Chefe de Estado-Maior General".

Na intervenção hoje perante os deputados angolanos, o vice-ministro da Defesa caraterizou as forças armadas guineenses como sendo maioritariamente formadas por antigos guerrilheiros.

"As forças armadas da Guiné-Bissau têm um efetivo de 4 mil homens e a maioria desses efectivos são elementos que vieram da guerrilha. Quase todos eles são guerrilheiros e até hoje, infelizmente, mantêm aquela consciência guerreira. Acham que eles é que são os donos do país e que nenhum político dentro da Guiné-Bissau deverá falar mais alto do que um militar", considerou.

"Daqui podemos ver por que é que os golpes de estado na Guiné-Bissau vêm sucedendo uns atrás de outros", reforçou.

Relativamente à alegação feita por deputados da oposição acerca do material bélico levado pelo contingente militar angolano para a Guiné-Bissau, considerado desproporcional face ao objectivo do envio daqueles efetivos, para a reforma dos setores de defesa e segurança guineenses, Salvino Sequeira respondeu que não é "com paus e brinquedos" que se formam militares.

"O protocolo fala de formação de pessoal e as forças da Guiné-Bissau não podem ser formadas com paus ou brinquedos. Teve que se levar armamento, teve que se levar técnicas de combate, teve que se levar técnicas de fogo, portanto, o que é que a gente vai ensinar a eles se eles não têm armamento?", questionou.

Salvino Sequeira acrescentou que Angola mantém estacionados na Guiné-Bissau 232 militares e 38 polícias, razão pela qual considera não ter fundamento que aqueles 270 efetivos representem uma ameaça à estabilidade guineense.

Um autodenominado Comando Militar tomou o poder na Guiné-Bissau no dia 12 de abril e prendeu o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Brasil disponível para missão de estabilização

Entretanto a situação na Guiné-Bissau esteve hoje em foco na Cimeira da União Africana, na Etiópia.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, afirmou estar disponível para a criação de uma missão para a estabilização na Guiné Bissau após o golpe de Estado de 12 de abril.

Patriota defendeu que a missão deverá permitir não apenas a conclusão do processo eleitoral, em conformidade com a Constituição do país, mas também a criação de um "Mapa do Caminho" que permita a estabilização interna, no longo prazo, "por meio de ações no campo militar e político".

O ministro brasileiro reforçou ainda a importância de um esforço coordenado e considerou ser essa uma "oportunidade" para que a história "não se repita" no país onde um golpe militar depôs o Presidente interino e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, também candidato à presidência, cuja segunda volta deveria ser realizada a 29 de abril.

"Acredito que temos uma oportunidade para que a história não se repita. Um esforço coordenado por parte da comunidade internacional, envolvendo todas as principais partes interessadas, poderia transmitir uma mensagem [ao mundo] de eficácia em lidar com paz e os desafios de segurança", defendeu.

O Brasil condenou "veementemente" o golpe realizado na Guiné Bissau no último dia 12, e tem atuado em coordenação com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), com as entidades regionais como a União Africana (UA) e com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

terça-feira, 24 de abril de 2012

Declaração do Conselho de Segurança é "guia de ação" para comunidade internacional -- Durão Barroso

O presidente da Comissão Europeia afirmou hoje em Bruxelas que a declaração do Conselho de Segurança da ONU sobre a Guiné-Bissau deve servir de "guia de ação" para a comunidade internacional, no sentido da restauração da ordem constitucional.

"A declaração presidencial aprovada pelo Conselho de Segurança no passado sábado deve servir de guia de ação para toda a comunidade internacional. A União Europeia estará sempre ao lado daqueles que procuram promover a paz, a democracia e a segurança na região", declarou Durão Barroso, depois de receber em Bruxelas o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.

O presidente do executivo comunitário apontou que o recente golpe militar na Guiné-Bissau foi um dos pontos abordados no encontro, havendo sintonia de posições quanto à condenação, de "forma veemente", do golpe militar de 12 de abril.

Canal Livre OPINIÃO (Novo artigo)

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Momentos de tensão na sede do PAIGC

Na primeira volta das eleições presidenciais de Março passado o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) apoiou o presidente da estrutura, Carlos Gomes Júnior, mas Serifo Nhamadjo, também do partido, candidatou-se à revelia.

Esta terça-feira, apoiantes de Serifo Nhamadjo dirigiram-se à sede do partido, mas foram impedidos de entrar por outros militantes. A situação gerou alguns momentos de tensão, mas acabou por se resolver com a retirada dos primeiros.

Augusto Olivais, secretário nacional do PAIGC, acusou os apoiantes de Serifo Nhamadjo (actual primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional) de não terem seguido as normas e não terem pedido a sede para dar uma conferência de imprensa.

"Isso não aconteceu, tínhamos medo de que fosse um plano para entrarem aqui e arranjar problemas. Disse aos militantes para os fazer afastar sem grande violência", disse Augusto Olivais, explicando que o grupo tinha pedido a suspensão do mandato até à publicação dos resultados eleitorais e que o que se passou esta terça-feira foi "um acto de indisciplina, de mostrar força".

Do "outro lado", Martinho Dafa Cabi disse à Lusa que não estava a violar os estatutos do partido e que o grupo apenas queria conversar.

"Íamos lá falar com a direcção do partido, porque urge a necessidade de falar com a direcção, por causa da situação do país. Não nos deixaram entrar, puseram lá jovens a empurrar e retirámos para evitar mais problemas", disse.

"Somos do PAIGC, vestimos a mesma camisola, só queríamos um encontro com os colegas para falar sobre a situação política do país e sentir que já estamos reintegrados", disse, acrescentando que os militantes que pediram a suspensão já escreveram ao partido na semana passada, a pedir para serem reintegrados.

"Continuamos a pedir uma reconciliação da família do PAIGC, nós não somos o problema, não somos golpistas e não somos violentos, eles sabem isso", disse Martinho Dafa Cabi, reafirmando que pretende "conversar" e que é importante que o partido fale "a uma só voz".

Um Comando Militar tomou o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 e prendeu o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Militantes do PAIGC (maior partido da Guiné-Bissau) protagonizaram esta terça-feira alguns momentos de tensão junto da sede do partido em Bissau, com versões contraditórias sobre os motivos dos "empurrões".

Assembleia Nacional Angolana aprova resolução sobre situação na Guiné-Bissau

Depuitados aprovam resolução sobre a situação vigente na Guiné-Bissau

Luanda   – A Assembleia Nacional (AN) aprovou hoje, terça-feira, em Luanda, uma resolução sobre a situação vigente na Guiné-Bissau, na qual condena com veemência o golpe militar ocorrido naquele país a 12 de Abril de 2012.

O texto, aprovado com 161 votos a favor, nenhum contra e 26 abstenções de todos os deputados da oposição, exige a reposição da ordem jurídico-constitucional na Guiné-Bissau.

No documento, os deputados exigem igualmente a libertação “imediata e incondicional” de todas as autoridades que se encontram presentemente detidas na Guiné-Bissau, na sequência do golpe de Estado.

Neste sentido, os deputados recomendam o apoio a todas as iniciativas do Executivo angolano e da comunidade internacional que visam restabelecer a ordem constitucional, a paz e segurança na Guiné-Bissau.

A votação sucedeu depois da informação sobre a implementação dos acordos entre as repúblicas de Angola e da Guiné-Bissau, prestada pela secretária de Estado das Relações Exteriores para a Cooperação, Exalgina Gambôa.

A sessão está a ser orientada pelo presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma.

Cabo Verde "perfeitamente de acordo" com sanções contra golpistas

Lisboa, (Lusa) -- O primeiro-ministro de Cabo Verde manifestou hoje em Lisboa estar "perfeitamente de acordo" com sanções económicas contra os responsáveis pelo golpe militar na Guiné Bissau, esta manhã admitidas pelos chefes da diplomacia da União Europeia.

"Estamos perfeitamente de acordo. Se as coisas não evoluírem, acho que teremos que tomar medidas duras e aproveitar este golpe como oportunidade de erradicar de vez esta situação de insubordinação das forças armadas na Guiné Bissau", afirmou José Maria Neves, que se encontra em Portugal, no início de uma viagem a quatro países europeus, que inclui encontros com dirigentes da União Europeia, na terça-ferça.

O chefe do Governo cabo-verdiano considerou ainda que a resposta adequada da comunidade internacional ao golpe de Estado do passado dia 12 de abril deve permitir "criar as condições para a refundação das forças armadas, a criação de forças armadas republicanas e apoiar a Guiné Bissau no seu processo de estabilização, de paz e de consolidação do Estado de direito democrático".

Governo eleito defende presença de força internacional

Lisboa, (Lusa) - O governo eleito da Guiné-Bissau defendeu hoje a presença no país de uma força militar internacional de estabilização e interposição.

Em conferência de imprensa na embaixada de Bissau em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Mamadu Djaló Pires, em representação do "executivo legítimo", disse aos autores do golpe de Estado de 12 de abril que "arrepiem caminho" e reponham a ordem constitucional e a legalidade democrática no país, afirmando que "não há nenhuma força, por mais brutal que seja, que possa vencer toda a comunidade internacional".

O ministro guineense referia-se aos apoios recebidos do Conselho de Segurança da ONU - que condenou o golpe na Guiné-Bissau e admitiu a aplicação de sanções contra os golpistas -, da União Europeia, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e ainda da Organização Internacional da Francofonia (OIF).

Tanzânia defende a presença de Angola na Guiné-Bissau

Tanzânia, um dos 15 membros do CPS, defende a manutenção da presença de Angola na Guiné-Bissau, e afirma que a retirada de Angola desse país “seria o caos total para o povo guineense”.

O ministro das Relações Exteriores de Angola participou, em Nova Iorque, na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Guiné-Bissau.

De acordo com o Jornal de Angola, Georges Chikoti teve encontros bilaterais de modo a encontrar soluções viáveis para a crise político-militar provocada pelo golpe de estado de 12 de Abril, desencadeado pelos militares guineenses. O ministro fez uma intervenção no Conselho de Segurança, em nome da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sob presidência de Angola.

A CPLP realizou uma reunião extraordinária a 14 de Abril, em Lisboa, tendo aprovado uma resolução que condena o golpe de estado e apela à imediata libertação do Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e do Primeiro-Ministro e candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais, Carlos Gomes Júnior.

A CPLP propõe às Nações Unidas o envio de uma força de interposição na Guiné-Bissau com o objectivo de ajudar a estabilizar este país lusófono. Angola anunciou no início deste mês o fim da missão militar de Defesa e Segurança naquele país. O Executivo angolano esteve reunido com a delegação de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), para apreciar a situação na Guiné-Bissau.

No final da reunião, foi emitido um comunicado onde se afirma “a decisão sobre a suspensão do Protocolo para a Implementação de um Programa de Cooperação Técnico-Militar e de Segurança com a Guiné-Bissau.

Comissão Técnica da CEDEAO já está na capital

Bissau - Mediante muitas incertezas políticas, militares e diplomáticas, os guineenses continuam incrédulos com o Golpe de Estado que está a marcar a agenda diária do país a todos os níveis.

A capital voltou a reviver os movimentos normais, com bancos e agências de transferências de dinheiro reabertos mas limitados ou reduzidos em termos de horário de atendimento, com longas filas de clientes que esperam encomendas mediante a carência de produtos alimentares que se verifica, sobretudo no interior do país.


Muitos guineenses fugiram de Bissau para o interior onde se regista especulação de preços. Em Bubaque, zona insular do país, 50 quilogramas de arroz custava entre 15 e 17 mil francos Cfa, correspondente a cerca de 26 euros, e passou a custar 25 mil francos Cfa, ou seja, 38 euros.


As fronteiras, terrestres, marítimas e aéreas, já estão reabertas. Os voos de TACV e Air Senegal já estão a operar e está previsto, para esta segunda-feira, 23 de Abril, que a TAP retome os seus voos para Bissau.


A Comissão Técnica da CEDEAO já está em Bissau e é encarada pelo Comando Militar como a entidade mais próxima e compreensiva quanto aos motivos da revolta.


A missão da CEDEAO reuniu com os militares e políticos, esta segunda-feira, 23 de Abril, tentando obter uma saída pacífica e consensual da crise que está a ser marcada pela disputa de poder, com a oposição a tentar deter o lugar e o PAIGC a exigir a devolução efectiva de governação, argumentando ser o vencedor das últimas eleições legislativas.


O PAIGC continua a reclamar a libertação do seu Presidente e Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, bem como de Raimundo Pereira, Presidente da Republica interino.


Sectores militares continuam relutantes quanto a estas exigências, alegando, em particular, não haver segurança para ceder liberdade aos presos políticos, porquanto não há ainda um Governo que possa assumir as rédeas da administração do Estado.


O Comando Militar, reagindo à projectada manifestação dos partidos políticos que apoiaram Carlos Gomes Júnior na primeira volta das Presidenciais de 18 de Marco, denominado Frente Ante Golpe, emitiu um comunicado onde reitera a sua firme posição de não permitir a realização de marchas ou qualquer manifestação, ao mesmo tempo que anunciou a criação de um fórum de concertação para uma análise e confrontação de ideias que possam conduzir o país a uma imediata saída da crise.


Estado-Maior General das Forcas Armadas disse ainda que o fórum está aberto aos partidos políticos, à Sociedade Civil, às igrejas católica, evangélica, muçulmana e a pessoas singulares.


O actual Presidente Interino da Assembleia Nacional Popular, Manuel Serifo Nhamadjo, um dos cinco candidatos que contesta os resultados da primeira volta das eleições iniciou, este fim-de-semana, consultas inter-partidárias para encontrar uma solução para o presente cenário.


Manuel Serifo Nhamadjo reuniu com os partidos políticos parlamentares e extraparlamentares, cujas opiniões maioritárias convergiram numa solução baseada na Constituição da República guineense, pondo de lado a ruptura constitucional, inicialmente assumida pelas formações políticas signatárias do acordo para a Estabilização e Manutenção da Ordem Constitucional e Democrática.

Manuel Serifo Nhamadjo pretende que a solução política derivada deste golpe de Estado passe pela Assembleia Nacional Popular, centrando sobre si todas as negociações e decisões sobre a crise.

Frente Nacional Anti-Golpe desafia Comando Militar

Bissau – A Frente Nacional Anti-Golpe, um conjunto de partidos que se uniram contra o golpe de Estado de 12 de Abril, sugeriu ao Comando Militar que revele quem é o líder da revolta.

A Frente Nacional Anti-Golpe pretende clarificar os rumores acerca do líder que está por detrás da revolta de 12 de Abril.


A Frente nacional desafiou o Comando Militar a «mostrar o rosto do seu líder» e condenou a censura que a comunicação social está a sofrer na Guiné-Bissau, bem como algumas entidades religiosas, que poderão estar a ser manipuladas.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria da Guiné-Bissau, brigadeiro-general Fodé Cassamá, foi detido no último fim-de-semana

O secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria da Guiné-Bissau, brigadeiro-general Fodé Cassamá, foi detido no último fim-de-semana, confirmaram esta segunda-feira fontes militares. A detenção já tinha sido anunciada pelo PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, em comunicado.

Segundo as fontes militares, o governante foi detido quando tentava atravessar a fronteira da Guiné-Bissau, em direção ao Senegal. As mesmas fontes disseram que a detenção de Fodé Cassamá "deveu-se a razões puramente militares".

Desde o golpe de Estado do passado dia 12, vários dirigentes do país, sobretudo membros do Governo, mantêm-se escondidos em parte incerta e outros até já saíram do país, refugiando-se no Senegal ou em Portugal.

No comunicado do PAIGC afirma-se que, contrariamente à promessa que os militares fizeram à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), as perseguições a dirigentes do país lusófono ainda não cessaram.

Também em comunicado, a Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia alegados actos de "espancamento de cidadãos inocentes", apontando os casos do jornalista António Aly Silva, da cantora Dulce Neves, do director-geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau, Mário Mussante, e de Octávio Morais, este último um conhecido activista do PAIGC, residente na cidade de São Domingos, mas conduzido para parte incerta pelos militares.

Os traidores que mandam na Guiné

Celso
Filipe

http://novasdaguinebissau.blogspot.pt/p/canal-livre-opiniao.html

Bancos reabriram na Guiné Bissau

Os bancos que operam em Bissau reabriram, esta segunda-feira, depois de uma semana encerrados na sequência do golpe de Estado de dia 12.

Na manhã desta segunda-feira, registou-se grande afluência aos bancos, como no balcão central do BAO - Banco da África Ocidental, com as instalações cheias e cerca de duas dezenas de pessoas a aguardar a vez, mas do lado de fora do edifício.

Adalberto Bamba, informático do banco, disse que o banco está a funcionar normalmente e que todas as operações estão a ser autorizadas.

Também no centro de Bissau o Banco da União regista grande afluência. Samora Vieira da Silva, administrador do banco, disse à Lusa que também todas as operações estão a ser efetuadas, como levantamentos ou depósitos ou pedidos de empréstimo.

De acordo com o responsável, a única diferença é que o período de funcionamento será encurtado até que o país volte à normalidade, estando aberto apenas até às 12 horas e não até às 16.

A cidade de Bissau, onde no passado dia 12 os militares tomaram o poder, continua calma e a presença militar nas ruas é quase nula.

Adiada reunião africana sobre situação na Guiné-Bissau

Conakry - O mediador da crise na Guiné-Bissau, Alpha Condé, presidente da Guiné, decidiu no último fim de semana, adiar uma reunião prevista para hoje (segunda-feira), com chefes de Estado da África Ocidental, sobre a actual situação em Bissau.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné, Edouard Nyankoi Lamah, informou que o tema do golpe de Estado militar nesse país será analizada a 26 de Abril próximo, num fórum da Comunidade dos Estados da África Ocidental (Cedeao), com sede em Abidjan, na Côte D'ivoire.

Durante o referido fórum, será também analizada a actual situação no Mali, onde soldados perpretaram a 22 de Março de 2012, um golpe de Estado que depôs o presidente Constitucional, Amadou Toumani Touré.

Ultima Hora - Conclusões do Conselho da União Europeia sobre a Guiné-Bissau 23 de Abril de 2012

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                       CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA

Conclusões do Conselho sobre a Guiné-Bissau

3159º Reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros

Luxemburgo, 23 de Abril de 2012

O Conselho aprovou as seguintes conclusões:

"1 – A União Europeia condena firmemente o golpe de Estado na Guiné-Bissau e exige o restabelecimento imediato do governo legítimo, a conclusão do processo eleitoral democrático interrompido e a imediata restauração da ordem constitucional.

2 – Instituições de transição auto-nomeadas não serão reconhecidas, nem tem tão pouco qualquer género de acordo que permita às forças armadas continuarem a ameaçar ou a controlar os poderes civis. A União Europeia rejeita o estabelecimento do autoproclamado "Conselho Nacional de Transição".

3 – A liberdade e a segurança de todos os cidadãos devem ser asseguradas e os perpetradores de violações dos direitos humanos devem ser responsabilizados. A União Europeia apela à libertação imediata e incondicional das pessoas mantidas em detenção ilegal e ao fim da violência e intimidação contra líderes políticos e representantes da sociedade civil.

4 – A União Europeia toma nota da decisão da União Africana de suspender a Guiné-Bissau e apoia firmemente os esforços das Nações Unidas, da CEDEAO e da CPLP no sentido de restaurar a democracia, a estabilidade e o respeito pelos direitos humanos no país.

5 – A União Europeia está pronta a impor medidas restritivas contra os indivíduos que continuem a levar a cabo ou a dar apoio a actos que ameacem a paz, asegurança e a estabilidade da Guiné-Bissau".

domingo, 22 de abril de 2012

Ultma Hora = PAIGC, em comunicado, retirou a confiança política ao presidente em exercício da ANP, Serifo Nhamadjo

Em atualizãção

Dias tranquilos em Bula, do lado certo do rio

Bula, Guiné-Bissau, 22 abr (Lusa) - Bula, uma cidade a menos de uma centena de quilómetros da capital da Guiné-Bissau, vive dias tranquilos longe da instabilidade de Bissau, embora com mais gente, fugida do golpe de Estado de dia 12.

Depois da tomada do poder por um Comando Militar, que prendeu o Presidente interino e o primeiro-ministro do país, muitas pessoas fugiram da capital. Bafatá ou Bambadinca, Canchungo ou Cacheu, terão sido destinos, bem como Bula, mas a cidade não se ressentiu.

Em Bula, quando da guerra de 1998, centenas de pessoas estiveram refugiadas, mas hoje, com mais um golpe de Estado, não há "nenhum fluxo de população que saiu de Bissau, no sentido de se deslocarem da cidade por medo de uma guerra". "Não temos um problema de refugiados", diz à Lusa o padre de Bula Giovani Martelli.

Organizações da sociedade civil pedem ao PAIGC para participar nas conversações que negoceiam saída crise

Bissau, 22 abr (Lusa) -- Elementos que representam mais de cem organizações da sociedade civil, que hoje se reuniram no Parlamento da Guiné-Bissau, apelaram ao PAIGC, maior partido do país, para participar nas conversações com militares de modo a ultrapassar a crise política.

Os apelos foram feitos à saída de uma série de reuniões que estão a decorrer no Parlamento guineense para tentar encontrar uma saída para a crise criada com o golpe de Estado. Em nome do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que junta mais de 100 organizações), Filomeno Cabral disse aos jornalistas que "sem o PAIGC será impossível encontrar-se uma saída à crise" existente.

"Condenamos o golpe, apelamos o regresso à normalidade democrática e constitucional através do Parlamento e da devolução do poder ao PAIGC", disse Filomeno Cabral, salientando que esta é o posicionamento das organizações da sociedade civil.

Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira reuniram-se com (CEDEAO)

O primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o presidente interino Raimundo Pereira reuniram-se ontem em Bissau com a delegação de Comissão Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO), por exigência deste organismo

em atualização

Ameaça de sanções contra Guiné «marca posição clara», diz Portas a T S F

Para o chefe da diplomacia portuguesa, a ameaça de sanções da ONU destina-se a punir os que «insistirem num comportamento violento de rutura da ordem constitucional e da legalidade».

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=2434716

O ministro dos Negócios Estrangeiros entende que a ameaça de «sanções individualizadas» da ONU à Guiné-Bissau «marca uma posição muito clara da comunidade internacional» contra quem insiste na violência no país.

À margem do Conselho Nacional do CDS-PP, Paulo Portas recusou a existência de autoridades transitórias na Guiné-Bissau e a possibilidade de haver dirigente democraticamente eleitos como se verifica nesta ex-colónia portuguesa.

Reagindo à declaração emitida este sábado pela ONU após a reunião do Conselho de Segurança, Portas explicou que com a disponibilidade para aplicar da sanções individualizadas, as Nações Unidas pretendem «poupar o povo guineense que não tem nenhuma responsabilidade naquilo que aconteceu».

Segundo Paulo Portas, a ideia é «fazer sanções relativamente às pessoas em concreto que estão a insistir num comportamento violento de rutura da ordem constitucional e da legalidade», uma situação que «pesa».

«Aqueles que insistirem na violação da constituição, na prisão do primeiro-ministro e do presidente e no rasgar dos boletins de voto obviamente terão de responder pelos seus atos e poderão ser alvo de sanções e conduzem a Guiné-Bissau ao isolamento», adiantou.

Por outro lado, «os que arrepiarem caminho a tempo e perceberem que não é aceitável para ninguém na comunidade internacional este comportamento obviamente terão um tratamento completamente diferente».

Reagindo às críticas contra si dirigidas pelo líder dos revoltosos guineenses, Paulo Portas lembrou que «nenhum ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal entraria em polémica com autoridades que não são reconhecidas».

Portugal = Ministro da Defesa no Parlamento sexta-feira, para audição com deputados, será discutida a situação na Guiné-Bissau

Lisboa, 22 abr (Lusa)- O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, vai ao Parlamento na próxima sexta-feira para discutir com os deputados a situação na Guiné-Bissau, numa reunião que será à porta fechada, disse à agência Lusa fonte parlamentar.

A audição de Aguiar-Branco com os deputados da comissão parlamentar de Defesa está marcada para as 9:00, antes do debate quinzenal com o primeiro-ministro.

No domingo passado, Portugal enviou para a zona da Guiné-Bissau três meios navais (a corveta Baptista de Andrade, a fragata Vasco da Gama e o navio abastecedor Bérrio) e duas aeronaves (um P3 Oríon e um Hércules C130) para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, no âmbito da sua Força de Reação Imediata (FRI).

sábado, 21 de abril de 2012

Partidos ouvidos pelo presidente interino defendem "retorno à normalidade"

Bissau, 21 abr (Lusa) - Todos os partidos hoje ouvidos pelo presidente interino da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau condenaram o golpe de Estado e defenderam o "retorno à normalidade" constitucional, disse Serifo Nhamadjo.

Serifo Nhamadjo, presidente interino do parlamento guineense, convocou os partidos com assento parlamentar para uma reunião, seguida de outra com os partidos sem assento, dizendo no final que houve unanimidade na condenação do golpe militar de dia 12.

O PAIGC, maior partido e no poder até ao golpe de Estado, não compareceu. Ainda assim, Serifo Nhamadjo afirmou aos jornalistas que o encontro foi positivo e defendeu que é necessário "conversar com todos os atores políticos" para se chegar a uma solução para a crise. "O que estamos a fazer é entender e apontar caminhos para soluções", disse.

MNE guineense apela à "indignação" no país

Lisboa, 21 abr (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau apelou hoje em Lisboa à "indignação" contra os golpistas e condenou aqueles que há 14 anos usam as armas contra o próprio povo.

"O apelo que eu faço aos nossos irmão da Guiné é para não ficarem passivos. Têm que se mexer, têm que continuar a mostrar a sua indignação em relação ao golpe de Estado porque é inaceitável o que está a acontecer na Guiné-Bissau neste momento em que muitos dos nossos cidadãos não podem exprimir a sua própria vontade de manifestar a sua indignação em relação ao golpe de Estado", disse Djaló Pires.

O chefe da diplomacia guineense falava durante um encontro na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, com membros da comunidade guineense residentes em Portugal e que se manifestaram hoje contra o golpe de Estado no país.

Manifestantes saíram hoje às ruas em Portugal e Angola (Lisboa, Coimbra e Luanda), para apelar a um entendimento dos militares e políticos da Guiné-Bissau,

Guineenses manifestaram-se neste sábado em LisboaGuineenses manifestaram-se neste sábado em Lisboa 

Centenas de manifestantes concentraram-se  hoje à tarde  em frente à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Largo do Correio Mor, em Lisboa, onde entregaram uma petição pela paz na Guiné-Bissau.

Liderados por um jovem universitário vestido com capa e batina, os manifestantes, entre eles guineenses, gritam em português "abaixo os golpistas" e "militares para os quartéis, viva a liberdade e a democracia".

As ruas da Baixa de Lisboa estiveram cortadas devido à manifestação, que começou na Praça do Rossio.

Em Portugal e Angola (Lisboa, Coimbra e Luanda), manifestantes saíram hoje às ruas para apelar a um entendimento dos militares e políticos da Guiné-Bissau, para a paz e o progresso do país.


Manifestação em Lisboa pela reposição imediata do regime democrático...

Depois do golpe de Estado na Guiné Bissau, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ameaça adotar sanções e enviar uma força para o país. Além da resposta internacional, em Lisboa realizou-se  uma manifestação da comunidade guineense, que exigiu a reposição imediata do regime democrático na Guiné Bissau.

ONU admite adotar sanções contra a Guiné-Bissau e apoiar envio de força

ONU admite adotar sanções contra a Guiné-Bissau e apoiar envio de força

"O Conselho mantém-se firme e preparado para considerar possíveis medidas incluindo sanções contra os responsáveis e apoiantes do golpe militar, caso a situação se mantenha", refere a declaração do Conselho de Segurança sobre a situação na Guiné-Bissau, documento que refere igualmente o apoio a eventuais medidas para a "estabilização" do país.

"O Conselho de Segurança está a par das decisões no sentido das consultas entre a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), União Africana, Nações Unidas, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e outros parceiros para a tomada de medidas adicionais para a estabilização do país, de acordo com os pedidos que foram formulados pelas autoridades legítimas da Guiné-Bissau".

O conteúdo desta declaração que vem ao encontro do que tem vindo a ser pedido por várias organizações internacionais e Estados que condenaram o golpe, entre as quais a CPLP e o Governo português, refere os compromissos que exigem a reposição da ordem no país.

"O Conselho de Segurança saúda e apoia o compromisso ativo e as medidas que tÊm sido tomadas pela União Africana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e pela CPLP para a reposição imediata da ordem constitucional na Guiné-Bissau e saúda ainda os esforços da 'Peacebuilding Commission Country Specific Configuration' e da missão bilateral angolana no sentido de se conseguir a paz e a estabilidade no país", indica.

"Compromissos que têm sido manifestados pela União Africana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e pela CPLP que exigem a reposição da ordem constitucional na Guiné-Bissau e apoia os esforços da 'Peacebuilding Commission Country Specific Configuration' e da missão angolana no sentido "de se conseguir a paz e a estabilidade no país", indica.

O mesmo documento pede também ao secretário-geral das Nações Unidas para manter o Conselho de Segurança informado sobre os "desenvolvimentos" no país, que devem constar de um relatório sobre a reposição da ordem constitucional na Guiné Bissau, a apresentar no dia 30 de abril.

"O Conselho de Segurança sublinha que as interferências ilegais dos militares na política contribuem para a persistência da instabilidade e numa cultura de impunidade e pede esforços no sentido da consolidação do Estado de Direito, implementação de reformas no setor da segurança, promoção do desenvolvimento e de uma cultura democrática" enfatizando a necessidade do "respeito pela soberania, unidade territorial e integridade" da Guiné Bissau.

A declaração da presidência do Conselho de Segurança reunido esta semana de urgência em Nova Iorque condena "veementemente" a forma como militares e políticos tomaram o poder pondo em risco o processo eleitoral legítimo no país.

No documento, com o título 'Situação na Guiné Bissau', o Conselho de Segurança rejeita a "inconstitucionalidade" do Conselho de Transição Nacional imposto pelas chefias militares e apoiantes e exige a "restauração imediata da ordem constitucional e do governo legítimo no sentido de se permitir a concretização das eleições presidenciais", que foram interrompidas pelo golpe militar.

Neste sentido, o Conselho de Segurança aplaude a decisão "que levou à suspensão" da Guiné-Bissau como país membro da União Africana até que seja reposta a ordem constitucional e "exige a libertação imediata e incondicional" do presidente interino Raimundo Pereira, do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e de todas as autoridades que se encontram presentemente detidas.

Por outro lado, o Conselho sublinha a necessidade de se garantir a segurança dos detidos e afirma que aqueles que são responsáveis por atos violentos e ilegais devem ser identificados.

"O Conselho de Segurança está profundamente preocupado com os relatos sobre repressão violenta de manifestações pacíficas, pilhagens, restrições à liberdade de movimentos e detenções arbitrárias de civis e exige que os mesmos sejam libertados", refere a declaração do Conselho de Segurança.

"O Conselho pede às chefias militares para fornecerem informações sobre o número de detenções e as identidades e a localização dos detidos e apela aos militares para salvaguardar os direitos humanos, incluindo os direitos sobre a liberdade de movimentos, liberdade de reunião e liberdade de expressão", indica também a declaração.

Esta declaração que reforça a pressão sobre os golpistas acontece após a pré-declaração ('pre-statement') feita na semana passada e deve ter como passo seguinte uma declaração do próprio secretário-geral da ONU, podendo depois vir a ser adotada uma resolução.

No dia 12 de abril, o auto-intitulado Comando Militar tomou o poder na Guiné-Bissau e prendeu o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, também candidato à segunda volta das presidenciais, e o Presidente interino, Raimundo Pereira.

Condições de segurança permitem o regresso da TAP a Bissau

Mundo

No dia em que TAP anunciou que os voos para a Guiné-Bissau irão ser retomados na próxima segunda-feira, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea guineense veio dizer que o espaço aéreo do país está aberto desde a passada quinta-feira e que as companhias que não efetuam voos para Bissau só o fazem porque não querem. Para a TAP o retomar das ligações acontece depois de feita uma avaliação de segurança positiva dos voos para aquele país.

Portugal e a Guiné-Bissau por JOÃO MARCELINO Dir.D N


JOÃO MARCELINO
CANAL LIVRE

Portugal e a Guiné-Bissau

por JOÃO MARCELINO