quinta-feira, 3 de julho de 2014

Direito de resposta - Embaixada de Bissau em Lisboa nega desvio de 26 mil de euros

Bissau - Na sequência da notícia publicada a 30 de Junho sob o título «Guiné-Bissau: Desvio de 26 mil euros condiciona emissão de passaportes em Lisboa», a Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa emitiu o seguinte direito de resposta.

Foi com alguma consternação que vemos publicado no vosso Site, a notícia de um desfalque no valor de 26.180 euros, por parte da Embaixada e do seu representante, referentes à emissão de passaportes.

A nossa estupefacção não se resume à notícia em si, mas à deturpação, incongruência e maldade com que foi produzida, obrigando-nos a questionar sobre o porquê e com que fim? Outrossim, para o melhor esclarecimento da nossa comunidade, pela lealdade que entendemos dever à nossa nação, acima de qualquer proveito individual de um ou outro, permitam-nos explicar o seguinte:

Desde Janeiro, a produção de passaporte passou ao encargo da empresa INACEP, onde temos vindo a cumprir impreterivelmente com as nossas obrigações, efectuando regularmente as transferências à INACEP, salvo excepção nos períodos de recenseamento eleitoral e eleições gerais, onde colidimos com algumas despesas que não podiam mais ser engavetadas, sob pena de se encerrar a nossa representação diplomática em Portugal, facto que seria caótico a todos os níveis.

Pois mesmo assim, ainda se enviou somas avultadas à empresa INACEP, valores que ascendem trinta mil euros (30.000), restando em causa, apenas 9.610 euros.

De facto, temos uma dívida com a INACEP, valor esse que foi exclusivamente catalogado para as despesas internas da Embaixada, desde luz, água, Internet, salário do pessoal contratado local, e até mesmo para o próprio processo de recenseamento e posteriormente, eleição; Neste último caso, facto que reportamos com justificações concretas à Comissão Nacional da Eleição da Guiné-Bissau (CNE) e ao Gabinete de Apoio Eleitoral (GTAP).

Todavia, a Embaixada, como se deve calcular, arquivou todas as justificações das despesas acima referidas e das transferências bancárias à Inacep.

Desconhecemos completamente as intenções do Senhor Victor Cassamá, sendo que até aqui, da nossa parte, sempre pautamos pela lealdade, informando-lhe sobre as despesas e a real situação que temos vindo a tentar gerir, tendo concordado ele, a seguirmos os trâmites até aqui escolhidos, ou seja, priorizar os mais atrasados.

No entanto, não se compreende o porquê da emissão dos passaportes de Maio e Junho, e não os de Abril, como vinha sendo normal, daí se denotar a maléfica intenção por detrás dessa orquestração.

Após uma conversa entre o Senhor Mbala Fernandes, encarregado de negócios da Embaixada da Guiné-Bissau e o Senhor Victor Cassamá, ontem à noite, dia 30, nada fazia prever que um dos técnicos da Inacep, sob jurisdição do Senhor Victor Cassamá, com leviandade, linguagens depreciativas e oco de qualquer verdade, concederia uma entrevista acusando a Embaixada.

E ainda, pelo nosso espanto, deparamos com uma declaração depreciativa do próprio Senhor Victor Cassamá, reclamando de uma certa morosidade e de falta de pagamento da parte da Embaixada.

Por uma questão de coerência de relação entre duas instituições do Estado, não se tratando em tempo nenhum de alguma burla ou gestão danosa, é inconcebível esse comportamento da parte do Senhor Victor Cassamá, alarmando a própria comunidade, sem que haja necessidade e sobretudo, desvalorizando todas as dificuldades com que a Embaixada se tem deparado, começando por acumular dois anos e oito meses de salários em dívida aos diplomatas.

De realçar, a Embaixada, na sua posição charneira, funciona sem fundo de maneio proveniente de Bissau há décadas.

Esta problemática, não foi em tempo nenhum abafado, não se tratando de um crime o nosso procedimento, muito pelo contrário, comunicamos antecipadamente a todos os envolvidos neste processo, solicitando uma intervenção rápida para a resolução do problema em causa.

A Embaixada, na sua representação actual, é dirigida por pessoas sérias e honestas, com uma forte relação com a Comunidade guineense em Portugal e os seus dirigentes associativo, não se prestando jamais, a que se enlameje o seu bom nome em detrimento de interesses desconhecidos.

Até aqui, os princípios que têm regido o nosso desempenho, são de uma extrema lealdade e rectidão para com o povo guineense e para a responsabilidade que assumimos; princípios que prometemos continuar a honrar, em prol de uma Guiné-Bissau cada vez melhor.

Queremos assim, agradecer a onda de solidariedade em torno dessa questão, quer dos governantes, dos dirigentes associativos e da Comunidade guineense em geral, principalmente, dos utentes em causa, prometendo resolver a situação com maior celeridade possível, em colaboração com as entidades supra-referenciadas.

Sem comentários:

Enviar um comentário