quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Câmara de Lisboa vai ajudar na reconstituição do centro de Bissau

Arquitectas da autarquia vão fazer um primeiro reconhecimento dos jardins adjacentes ao palácio presidencial guineense.


O palácio presidencial em 2008, ainda com as marcas da guerra civil.


Duas arquitetas paisagistas da Câmara Municipal de Lisboa partem esta quarta-feira para Bissau para fazerem o levantamento e elaborarem um projeto de beneficiação das áreas ajardinadas adjacentes ao Palácio Presidencial da Guiné-Bissau.

A deslocação de Maria José Fundevila e Paula Alves, do quadro da autarquia lisboeta, vai decorrer ao longo de dez dias, e resulta das boas relações bilaterais entre as câmaras de Lisboa e de Bissau no quadro da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

“Este trabalho faz parte de um programa de assistência técnica, que, a prazo, poderá adquirir uma dimensão mais sustentada, tendo em vista responder aos desafios e às necessidades da população, tanto actuais como futuros”, explica ao PÚBLICO o engenheiro Manuel Ferreira de Almeida, da UCCLA em Lisboa.

O palácio presidencial de Bissau, edifício de arquitectura colonial de meados do século XX, que albergou o governador de Portugal na Guiné, foi parcialmente destruído no decorrer da guerra civil de 1998/99, tendo sido entretanto recuperado através da cooperação chinesa. Em 2013, voltou a ser a residência oficial da Presidência da República, tendo hoje como inquilino José Mário Vaz, eleito nas eleições de Junho do ano passado, e que fora já também presidente da Câmara de Bissau.

A presente deslocação das duas arquitectas da Câmara de Lisboa responde a “um pedido formulado pelas autoridades guineenses, incluindo a Câmara Municipal de Bissau”, acrescenta Manuel Ferreira de Almeida, adiantando que o projecto de intervenção inclui também a Praça dos Heróis Nacionais, o jardim circular que no tempo colonial se chamava Praça do Império.

As duas arquitectas vão, numa primeira fase, fazer o reconhecimento das áreas de intervenção e reunir com os técnicos locais com vista à execução de um projecto de execução, que deverá ficar concluído no início do Verão.

Esta colaboração da câmara de Lisboa com a sua congénere de Bissau –actualmente presidida pelo compositor e músico Adriano Gomes Ferreira –decorre das relações bilaterais no quadro da UCCLA, de que as duas cidades capitais foram fundadoras, em 1985. Neste mesmo ano, a capital portuguesa, então presidida por Nuno Krus Abecasis, assinou também um acordo de geminação com a sua congénere guineense.

As duas cidades, de resto, e apesar do conturbado processo político-militar nesta ex-colónia portuguesa em África, têm mantido elos de ligação e intercâmbio, que passaram, por exemplo, na década de 1980, pelo apoio à construção de uma escola da UCCLA em Bissau, depois ampliada na década passada.

Fonte : Jornal Publico

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